16 dezembro 2013

Em estúdio: Flávio Torres

Música que vem da encosta da Serra da Estrela com o embalo que, rapidamente, no cai no goto… melhor, no ouvido. Flávio Torres é cantautor, da Covilhã (porque pela Beira também há gente mui criativa), que cria em português e regressa a estúdio para gravar o seu próximo trabalho de originais - a avaliar por trabalho já submetido à prova do público, promete ser álbum a ter na mira.
Em 2012, Flávio deu-nos "Canções de Bolso". Desengane-se, não há qualquer proximidade a um estilo de resumos de livros ou, no caso, de letras ou acordes; é trabalho preenchido, com espinha dorsal segura. E desengane-se se, aos primeiros laivos, lhe parece um músico de intervenção puro. É errónea a rápida rotulagem ao estilo d'intervenção, seria limitar um projeto que tem um pouco do estilo quando nos entoa "Marcha de Abril" ou "Swing da Corja" (para quem não seja tão quedado ao ritmo, aconselhamos a ouvir na mesma, o swing tem swing) e, e.g., no balanço da voz em "Ó Minha Noite" nos lembra, sem se quer roçar os perímetros limítrofes da colagem, porque Flávio tem identidade definida, o embalo de José Afonso no arranque de "Estrela d'Alva". É quase imperativa a questão quando se ouve esta noite: será que Flávio nos irá brindar, um dia, com música de embalar como a estrela de Zeca… Voltando ao eixo, este cantautor é música de guitarras, contrabaixo e percussões e, mais que tudo, dos amores tidos e achados, perdidos e desencontrados, mas que não esquece vivências e críticas que encaixam em estados da arte atuais, será certo dizer um cantador de histórias? Música sem gongorismos com a letra a ser a batuta.
Flávio Torres levanta-nos a ponta do véu do que vem por aí, nos inícios de 2014, com este trailer, imagem e edição por Sara Afonso, gravado no Attack-Release Studio, em Portalegre, com o produtor João P. Miranda, onde o novo projeto ganha estrutura e corpo. Enquanto o novo álbum não sai, espreite o trailer e relembre "Canções de Bolso" aqui. Bons sons…

Vídeo © Flávio Torres.

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