05 dezembro 2013

Pedro Mendes, o chef / Alentejo Marmòris Hotel & Spa


Inspirada nos sabores genuínos da cozinha alentejana, a carta do restaurante Narcissus Fernandesii de portas abertas no Alentejo Marmòris Hotel & Spa, em Vila Viçosa, é uma verdadeira ode às estações mais frias do ano. O autor é Pedro Mendes, lisboeta de alma, o chef executivo, cujo trabalho prima pela utilização de produtos de origem portuguesa, sobretudo locais, pois nem a farinha de bolota ficou de fora, um dos ingredientes de eleição do chef, autor do livro “O renascer da bolota”, sem esquecer as influências das terras ainda mais a sul, do Algarve, levadas na bagagem para o Alentejo. Mas voltemos à carta, composta por 19 pratos: seis entradas, "para começar", seguida de três pratos de peixe "do anzol e outras artes", quatro pratos de carne “do montado” e seis sobremesas divididas em: “de inspiração conventual” e “o que é doce nunca amargou”.
O jantar de apresentação aconteceu no último fim de semana de novembro, com uma carta polvilhada por "alguns atrevimentos", revelação feita por Pedro Mendes confirmada pelos comensais. A iniciar o repasto, o pão foi acompanhado por um trio de manteigas cujos sabores ficam por desvendar…

Do menu guarda-se o divertimento de boca: Puré de batata doce com cenoura, beterraba e rabanete; e Polvo do Algarve envolto num puré de batata doce com tinta de choco, bolinhas de farinheira e compota de cereja.


À entrada ficam as deleitosas Vieiras enroladas em salmão fumado, polenta de algas e ovas de salmão; e Creme de bolota e feijão preto com morcela de porco alentejano, prato forte de cunho alentejano. Do mar o Cação esclafado em caldo de algas, molho de tomate, poejos e croutons de pão regional reuniu consensos, assim como as Plumas de porco alentejano e suas carnes fumadas, bolota assada, bata com pickles caseiros e amêijoas à Bulhão Pato, uma combinação que rima com primor.


E porque as surpresas nunca são demais, a equipa de pastelaria preparou um Cheesecake numa camada crocante e com uma cobertura estaladiça de chocolate num casamento fiel com compotas de papaia e quivi, uma pré-sobremesa para adoçar a boca dos mais gulosos, que se renderam ao algodão doce e ao crocante de canela que faziam companhia a um gelado de natas e a uma azevia de bolota e mel. Um doce final para um repasto que terminou com os louvores ao chef e à equipa, "a espinha dorsal de qualquer cozinha", remata Pedro Mendes.

Sem comentários: