25 outubro 2013

O brilho do azulejo na rota da Gulbenkian


Aceite o convite e embarque numa fascinante viagem pelo mundo do azulejo. Um périplo labiríntico composto por 171 peças oriundas de museus e coleções nacionais e internacionais – Irão, Síria, Egito, a Tunísia, França, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Alemanha e Portugal –, registos datados desde o antigo Egipto até ao século XX, com uma expressão geográfica imensa, a qual abrange a Ásia central, a Europa ocidental e o norte de África, em exposição na Sala de Exposições Temporárias da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, que vale a pena visitar. "A rota do azulejo. O brilho das cidades" reflete, assim, um espelho de culturas transversal, onde "se conta uma história muito longa", nas palavras de João Castel-Branco Pereira, diretor do Museu Calouste Gulbenkian. Uma narrativa de arte urbana dividida em cinco atos explicativos complementada a preceito pela "riqueza do azulejo como produto cultural", citação de Alfonso Pleguezuelo, Porfessor Catedrático da Universidade de Sevilha, "uma cidade de extraordinária familiaridade com o azulejo", afirma.
Antes de iniciar o percurso pela história, Minerva, o painel de azulejos lisboeta com a deusa romana da guerra, do segundo quartel do século XVIII, dá as boas vindas, ao que se seguem os arcaísmos da "louça dourada" e a relação destas placas decorativas com a arquitetura. Porque as paredes também falam, a escrita, a heráldica, os símbolos coletivo e o poder da imagem concedem a devida importância ao azulejo nas cidades. A geometria e a natureza sustentam, por sua vez, a ostentação, assim como o gosto pelo romano e o fascínio pelo oriente, pois "a arte é transversal", segundo João Castelo-Branco Pereira. O mito clássico, a doutrina e a imagem do cristianismo conferem uma narrativa poética à arte de azulejar que, no final da mostra, é dominada pela máquina com a revolução industrial até aos nosso dias, terminando com uma "Porta em trompe d'oleil". Aos mais curiosos e amantes desta arte, há conferências agendadas para as 18 horas de 4, 11, 18 e 25 de novembro, no auditório 3, com livre acesso.
A exposição, comissariada por Alfonso Pleguezuelo e João Castel-Branco Pereira, abre hoje as portas e aguarda a sua visita até 26 de janeiro de 2014. A não faltar!

[Painel de azulejos "Pavão" de Max Laeuger (1864-1952) / Alemanha, Kandern, 1908-1910]

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