17 setembro 2013

Manoel Oliveira em São Paulo / Brasil

O Museu de Arte Contemporânea de Serralves / Fundação de Serralves organiza e apresenta no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, no Brasil, a exposição "Manoel de Olivera: uma História do Cinema". Manoel de Oliveira (Porto, 1908) e a sua obra são dos capítulos mais originais, consolidados e incontornáveis da história do cinema contando, entre curtas e longas metragens, 54 filmes. No ano de 2008, Serralves, na sua cidade do Porto, dedicou uma exposição à obra deste gigante da cultura nacional, como celebração pelo seu centésimo aniversário e chegado o ano de 2013 conseguiram ser reunidas todas as condições para voltar a realizar esta mesma exposição, da qual aqui falamos, mas desta feita em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake, levando até lá a história de um nome ímpar do cinema europeu. Claro que após 2008 Manoel de Oliveira, imparável, realizou mais cinco filmes que farão parte integrante da exposição, assim atualizada no que respeita a conteúdos. Os filmes são a base de toda a exposição que espelha a linguagem cinematográfica singular que Manoel de Oliveira criou, sendo a viagem feita através de excertos de vários filmes que vivem em toda força no espaço, não perdendo qualidade na forma como se apresentam, retirados de um dado filme. A relação entre documentário e ficção, entre cinema e teatro, a autonomia entre texto, imagem, som e música são também temas apresentados em São Paulo para revelar a mestria e irreverência com que este cineasta se tornou, apenas e só, um marco na cinematografia mundial. Cineasta que sempre soube estar a par e acompanhar a evolução da imagem, do som, da cor e das técnicas digitais do cinema, tirando de toda a evolução o máximo partido e nunca se deixando intimidar, praticou e pratica com segurança vários géneros cinematográficos do documentário à ficção e passando pelos filmes-ensaio; ao lado profissional no cinema junta-se a vida excepcional do cineasta que foi ator, trapezista, atleta de alta competição e corredor de automóveis... uma vida que, no final das contas, se dilui com a história do cinema e com a história do século XX e XXI. É toda esta amplitude da vida e obra de Manoel Oliveira que chega ao Brasil, levando-lhes o nosso imaginário de, por exemplo, um inesquecível Aniki-Bóbó (1942) pois quem nunca entoou "Aniki Bébé, Aniki-Bóbó, Passarinho Tótó, Berimbau, Cavaquinho, Salomão, Sacristão, Polícia, Ladrão / Eu não quero ser Ladrão Berimbau Tótó; Tenho medo da prisão Aniki Bébé, Aniki Bóbó...
A inauguração está marcada para dia 2 de outubro, estando inserida na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e é, para quem se encontra por São Paulo: obrigatória. A ir!

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