16 maio 2013

21st century rural museum / MUDE


"A ideia do curador como criador". Foram estas as palavras de Cristina Rodrigues, a curadora de 21st Century Rural Museum, que iniciaram a apresentação da exposição que inaugura hoje, pelas 19 horas, no piso 3 do MUDE – Museu do Design e da Moda, em Lisboa. Depois do Porto, de Coimbra e de Guangdong (China), a mostra itinerante apresenta à capital do país o registo fotográfico que refletem o universo rural e a desertificação de Portugal, em particular do município de Idanha-a-Nova, o case study de um projeto de investigação coordenado pela arquiteta e investigadora – e curadora – Cristina Rodrigues a par com o co-curador, mas também antropologista e museólogo (e editor da revista "Adufe"), Paulo Longo. Além das fotografias de Cristina Rodrigues, as quais anunciam a abolição das hierarquias, ao mesmo tempo que retratam a alegria de mulheres e homens raianos; das esculturas em vidro, como "A Colheita 2012", de Ana Rosa Hopkins; e do mapa, com Portugal ao centro, de David Haley, acompanhado por um texto intitulado "Meantime… Desert zones in forest tome proposition", a composição deste museu rural engloba figuras humanas esculpidas em metal, da escultora Ana Mena – a "fonte de inspiração" para a curadora desta mostra – que, aos 28 anos, saiu de Lisboa para Idanha-a-Nova, onde produz pão nos fornos comunitários da vila; o adufe cimático, da autoria de Lewis Sykes, do qual se ouve a melodia "Senhora do Almortão"; a poesia do professor de sociologia social da Universidade de Coimbra, Luís Quintais; os desenhos de Paulo Longo; ou o conjunto de peças decorativas "elevadas a categoria de museu pela sua proveniência" com um forte "valor emocional", segundo Cristina Rodrigues. Objetivo: Incrementar a importância da regeneração rural e a multidisciplinariedade, no sentido de impulsionar as economias locais através do trabalho de equipa e, em simultâneo, do estímulo do potencial criativo de cada um. 
De acordo com a diretora do MUDE, Bárbara Coutinho, o 21st Century Rural Museum traduz a importância do "design com um cariz mais social e como factor fundamental para as economias locais", de modo a assegurar "um futuro mais sustentável, mais global"; e espera que "o público se torne mais atento" a esta realidade. A visitar até 1 de setembro, porque após esta data a exposição segue para o Brasil.

[Foto: André Castanheira / A manta • peça da autoria de Cristina Rodrigues]

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