Joana Vasconcelos calça Marilyn no Palácio Nacional da Ajuda

É uma honra estar num palácio português, porque este é meu, é do meu passado, é da minha cultura. As palavras são de Joana Vasconcelos que inaugura, amanhã, a grande mostra da sua obra no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. Ao longo do museu estão expostas 37 peças assinadas pela artista plástica, num diálogo contínuo entre o passado, o presente e o futuro, onde a plasticidade das suas criações se cruza em absoluta harmonia com a beleza arquitetónica do edifício, outrora os aposentos da rainha D. Maria Pia. Eis, então, o casamento perfeito com tão exuberante e deliciosa exposição, que começa com uma espécie de amuse bouche: o "Petit Gâteau". 
Dona de uma ironia cativante, em muito semelhante ao ilustre Rafael Bordallo Pinheiro – ou não fossem as peças bordalianas, revestidas a croché, presença obrigatória neste percurso cultural pelas memórias do país –, a mostra é uma entrada triunfal neste palácio, segundo Isabel Godinho, diretora do Palácio da Ajuda. E não menos apoteótico é o sumptuoso lustre "A Noiva" que, "A Todo o Vapor", apresenta a "Perruque", calça "Marilyn", recebe o público com o seu "Coração Independente Vermelho" no "Jardim do Éden" e… foge no "Lilicoptère". Será assim? O melhor é revisitar e conhecer de novo a obra de Joana Vasconcelos, tal com diz o comissário Miguel Amado, em Joana Vasconcelos – Palácio Nacional da Ajuda. Uma exposição imperdível, a visitar de 23 de março a 25 de agosto. Vamos todos!